A desaceleração da economia moçambicana está patente nos gráficos do INE, que mostram um arranque forte no primeiro trimestre, de 7,1%, e uma tendência de descida de 6%, 6,3% e 5,6% nos seguintes.
O setor com mais peso no crescimento da economia moçambicana, segundo o INE, foi o secundário, com 8,5%, com destaque para os ramos da eletricidade e água (13,9%), seguidos da construção, com 7,4%.
O setor primário cresceu 6,6%, "induzido pelo ramo da indústria de extração mineira", com mais 8,8%, e o terciário teve uma prestação positiva de mais 5,9%, "impulsionado pelos ramos financeiro, comércio e serviços de reparação".
Em outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) já tinha revisto em baixa o crescimento económico de Moçambique, para 6,3% este ano e 6,5% em 2016, alertando que existem "novos desafios que exigem medidas decisivas de política económica".
Os dados avançados hoje pelo INE representam uma descida ainda maior do que a previsão do FMI.
Nas últimas duas décadas, Moçambique mantinha uma sequência histórica de crescimento acima de 7%, apenas interrompida durante a recessão de 2009, quando, ainda assim a economia teve um comportamento positivo de 6,5%.
Vários analistas financeiros já tinham alertado que as previsões de crescimento económico do Governo moçambicano de 7,5% em 2015 eram demasiado otimistas, tal como a projeção para este ano e igualmente acima dos sete por cento.
A economia moçambicana foi abalada no final de 2015 por uma queda vertiginosa do metical face ao dólar, com impacto no comércio externo e subida da inflação, associada a menos ajuda e investimento do estrangeiro e aumento da despesa pública.
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