terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Maxaquene-Desportivo é o jogo cabeça de cartaz da 1.ª jornada do Moçambola

Sorteio realizou-se esta segunda-feira, numa unidade hoteleira de Maputo (Foto Sérgio Costa/ASF)



Está confirmado: o campeonato nacional de futebol da 1.ª Divisão (Moçambola) vai mesmo arrancar a 12 de março e terá como jogo cabeça de cartaz o Maxaquene-Desportivo, duas equipas de Maputo.

No sorteio realizado esta segunda-feira, numa unidade hoteleira da capital, a Liga Moçambicana de Futebol (LMF) confirmou o Songo, província de Tete, como a cidade que vai acolher o desafio de abertura do Moçambola 2016.

União Desportiva do Songo-Liga Muçulmana é, portanto, a partida que marcará o arranque da competição e, segundo o presidente da LMF, «estão criadas todas as condições para que a partida de abertura da prova seja uma grande festa coletiva».

Calendário da 1.ª jornada:

Ferroviário da Beira-Desportivo de Niassa

União Desportiva do Songo-Liga Desportiva de Maputo

Maxaquene-Desportivo de Maputo

Costa do Sol-1.º de Maio de Quelimane

Estrela Vermelha-ENH de Vilanculos

Ferroviário de Nampula-Chibuto FC

Ferroviário de Maputo-Desportivo de Nacala

Ferroviário de Nacala-Chingale de Tete

Queda de muro de piscina olímpica leva a morte do selecionador

Queda de muro de piscina olímpica leva a morte do selecionador


A queda de um muro de proteção da piscina olímpica do Zimpeto originou a morte do selecionador de natação de Moçambique, Frederico dos Santos. O malogrado era ainda treinador do Clube Tubarões de Maputo.
A tragédia provocou ainda ferimentos em outras oito pessoas, incluindo a família de Frederico dos Santos e dois atletas.
Depois de um dia de calor intenso, no sábado, registaram-se períodos de chuva e ventos fortes. Frederico dos Santos ainda foi transportado para o hospital mas chegou ao local já sem vida.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Mau tempo em Maputo causou sete mortos e 70 feridos

Pelo menos sete pessoas morreram e setenta ficaram feridas no sábado à noite na província de Maputo em resultado de uma tempestade que atingiu o sul de Moçambique.
 

Segundo a Televisão de Moçambique, citando fontes oficiais, a maioria das vítimas estava concentrada no distrito de Boane, em consequência do desabamento de muros ao fim do dia de sábado quando o sul do país foi fustigado por um vendaval e chuvas fortes.
Um número não adiantado de feridos encontra-se em estado grave e cerca de duas mil casas ficaram destruídas.
Também no sábado um muro caiu na piscina do Zimpeto, na província de Maputo, e matou o selecionador moçambicano de natação, Frederico dos Santos, e feriu outras dez pessoas.
A província de Maputo foi no sábado atingida por uma vaga de calor, com temperaturas acima dos 40 graus e uma sensação térmica superior a 50, a que se seguiu uma tempestade acompanhada de trovoada, fortes rajadas de vento e chuva intensa.
As autoridades moçambicanas estão a fazer um levantamento da situação e a montar um dispositivo de assistência às vítimas.

Português é idioma oficial de Moçambique, mas 90% da população prefere outras línguas

Português é idioma oficial de Moçambique, mas 90% da população prefere outras línguas

Em Moçambique, a língua portuguesa se tornou oficial logo após a independência, em 1975. Mas a maioria das pessoas continua a utilizar a língua que aprendeu em casa, a língua materna ou nacional, como chamam os moçambicanos.

Fábia Belém, correspondente da RFI Brasil em Maputo
A jornalista Celestina José, que nasceu na província de Manica, sabe bem o que é isso. “Na minha família falamos duas línguas nacionais: Cibalke e Cinyungwe”. Pelo catálogo, conhecido mundialmente como Ethnologue, Moçambique tem 43 línguas, incluindo o português e a língua de sinais. No entanto, o Núcleo de Estudos de Línguas Moçambicanas só reconheceu 22.
Língua da infância tem mais força
De acordo com o censo publicado em 2007, 25% da população declararam o Emakhuwa como língua materna, o que faz dela a mais falada no país. Já cerca de 90% dos moçambicanos não têm o português como língua materna.
Abenito Nhamucho é vendedor de frutas na capital, Maputo. Nasceu na província de Inhambane. Quando está com a família, fala a língua que aprendeu quando criança. “Em casa, com meu irmão, meu tio e meu sobrinho, falamos só a nossa língua materna.”
Segundo Celestina José, se um moçambicano vai estudar, trabalhar ou conviver com outros moçambicanos que falam uma língua nacional diferente, a tendência é sempre “a de aprender, para saber e não ficar excluída no grupo”.
Rádio Moçambique transmite em 21 línguas
Quando o assunto é diversidade linguística, a Rádio Moçambique aparece como um símbolo nacional. Criada em 1975, transmite a programação em português, inglês e em 19 línguas nacionais.
De acordo com o diretor de Emissões nas Línguas Moçambicanas da emissora, António Ndapassoa, à altura da independência nacional, o nível de analfabetismo no país chegava a 80%. “Era preciso assegurar o fluxo de informação, de comunicação para o restante dos habitantes”, afirma.
Os conteúdos da rádio são produzidos na sede, em Maputo, e nas outras dez redações instaladas nas províncias. “A informação, quando é produzida, é entregue aos profissionais das diferentes línguas, que fazem a tradução para cada uma das línguas daquele mesmo conteúdo”, explica o diretor.

Malabarismo à moçambicana em Paris

media

O museu parisiense Quai Branly acolhe até este domingo uma série de espectáculos de seis malabaristas moçambicanos. "Maputo Mozambique" do francês Thomas Guérineau alia o malabarimo, com múltiplos suportes, à dança, ao canto e à música.
O espectáculo ficou-se a dever ao encontro do encenador francês Thomas Guérineau com artistas moçambicanos a quem ensinou a arte do malabarismo em 2011, numa iniciativa do Centro cultural franco-moçambicano.
Perante o entusiasmo e a receptividade do projecto surgirá dois anos mais tarde "Maputo Mozambique", um espectáculo que inova ao aliar dança, canto, música ao malabarismo.
E até esta arte se atreve por áreas que vão muito além das bolas tradicionais, atravendo-se a chegar à percussão, e aos ritmos moçambicanos, ou até ao ruído provocado pelos sacos de plástico.
"Maputo Mozambique" já foi exibido mais de 70 vezes entre a França e África, com ênfase particular para Moçambique, devendo ser apresentado no mais importante festival de teatro do mundo, o de Avignon, no sul de França, no próximo verão.
Dércio Pandza, um dos seis malabaristas que protagonizam o espectáculo, realça o lado atencioso do público parisiense e que ele compara a uma "refeição", misturando "dança, malabarismo, música, mistura de energias".
Ele atribui um papel visionário ao criador do projecto que consegue espremer uma laranja para conseguir o "sumo bem doce" que é o "Maputo Mozambique".

Agentes da Polícia Comunitária em Manica espancam cidadão até à morte

Um grupo de agentes da Polícia Comunitária do bairro Eduardo Mondlane, distrito de Vandúzi, província central de Manica, em Moçambique, espancou dois cidadãos, um dos quais viria a perder a vida.
As vítimas, identificadas por Roberto Mafala (28) e Avelino dos Santos (26), são acusadas pelos agentes da Polícia Comunitária de tentativa de rapto de uma menor na madrugada da passada segunda-feira.
A menor encontrava-se a dormir na companhia do seu pai quando ocorreu o incidente.
Roberto Mafala contraiu ferimentos graves resultantes da agressão protagonizada pelos agentes da Polícia Comunitário e residentes daquele bairro que, enfurecidos, usaram vários objectos para agredir os suspeitos raptores.
Avelino dos Santos, sobrevivente contou que um grupo de agentes da Polícia Comunitária apareceu na casa onde estava a dormir com o seu colega de trabalho, arrombaram a porta e, de seguida, começaram a agredi-los, alegando ter recebido denúncias de um caso de rapto onde os dois jovens eram considerados como sendo os principais suspeitos.
Espantados com a triste situação, os dois tentaram defender-se em vão, até que um viria a perder a vida depois de gravemente ferido e sangrar durante várias horas.
"Estávamos a dormir. Não sabíamos de nada. De repente vi pessoas a arrombar a porta da casa. Eram os comunitários e começaram a nos violentar. Levaram-nos para a casa do líder. Fomos batidos muito até que meu colega ficou debilitado e veio a perder a vida. Sou pedreiro e não sei de nada. É uma acusação falsa", explicou o sobrevivente.
Segundo as declarações de alguns residentes, existem indicações de que o líder dos agentes da Polícia Comunitária, João Saize, teria sido a pessoa que ordenou a agressão dos suspeitos. Contudo, este refuta categoricamente ter ordenado a agressão.
João Saize explicou que os dois jovens foram encontrados a tentar raptar um menor.
Contou que naquela madrugado foi acordado pela população que lhe apresentou os supostos raptores e, na ocasião, ordenou apenas que os suspeitos fossem levados a uma unidade policial.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) afirma estar a trabalhar para apurar o que teria acontecido no seio da comunidade. Caso se constate tratar-se de um mal-entendido e identificados os promotores da agressão, que culminou com a morte do jovem, os envolvidos serão responsabilizados criminalmente.
A PRM avança que se for o próprio líder o interveniente no acto macabro, será levado à barra da justiça.

Frelimo e Renamo responsabilizam-se por instabilidade em Moçambique

Frelimo e Renamo responsabilizam-se por instabilidade em Moçambique

As bancadas parlamentares da Frelimo, partido no poder em Moçambique, e da Renamo, principal força de oposição, responsabilizaram-se hoje na Assembleia da República pelo agravamento da instabilidade no país.

Na abertura da terceira sessão ordinária da Assembleia da República, a líder parlamentar da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) insistiu no apelo para negociações e a sua colega da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) respondeu que o seu partido está preparado para dialogar, mas questionou a boa-fé da outra parte.
"Quanto às negociações ou diálogo para a paz, a Renamo está preparada", afirmou Ivone Soares, acrescentando que já houve acordos assinados anteriormente mas não implementados e questionando as garantias de que "no futuro os compromissos serão honrados no espírito e na letra".